sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sobre a mania de querermos ser imprescindíveis

O funcionário imprescindível
De um funcionário que já estava há bastante tempo numa repartição ouviu o senhor K. dizer, no meio de grandes elogios, que era imprescindível, de tão bom funcionário que era. "Como é isso de ele ser imprescindível?" perguntou o senhor K. irritado. "Sem ele os serviços deixavam de funcionar", diziam os seus louvadores. "Então como é que ele pode ser assim um funcionário tão bom se o serviço sem ele deixava de funcionar?" disse o senhor K. "Teve mais que tempo para organizar o serviço de maneira a ser prescindível. Em que é que ele se ocupa afinal? Digo-vos eu: a chantagear!"
in Histórias do senhor Kreuner, Bertolt Brecht

1 comentário:

The Perfect Drug disse...

Tão verdade, em qualquer sítio.