sábado, 31 de maio de 2008

ESTAGIUS FINITUS EST

mORtO E eNTerraDO.


Perguntem-me se gostei no dia 31 de Maio de 2009.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ninguém me tira da cabeça que o “Ensaio sobre a Cegueira” do Saramago e “O Processo” do Kafka constituem o mais claro exemplo de intertextualidade da história da literatura. Por que me lembrei disto agora?

Ou é da chuva fora de tempo, ou acho que a própria vida é um Joseph K. cego.

terça-feira, 27 de maio de 2008


Futures - Zero 7 Feat Jose Gonzalez


Chegar a casa e saber que tenho o mundo nas minhas mãos.
Saber que isto é suficiente para enfrentar dia após dia as cabeças quadradas que a maldita rotina me pôs no caminho.
Saber que as cabeças quadradas transformam a escola num quadrado infinito, sem saídas possíveis.
O fim aproxima-se, para meu regozijo.

Só o futuro vale a pena.


Well do you see
The futures holidays are for me
Just let me know
Where we go after the fall

domingo, 25 de maio de 2008

easy like sunday morning


Después de un tiempo,

Uno aprende la sutil diferencia

Entre sostener una mano y encadenar un alma

Y uno aprende que el amor no significa acostarse

Y una compañía no significa seguridad

Y uno empieza a aprender...

Que los besos no son contratos

Y los regalos no son promesas

Y uno empieza a aceptar sus derrotas

Con la cabeza alta y los ojos abiertos

Y uno aprende a construir todos sus caminos en el hoy,

Porque el terreno del mañana

Es demasiado inseguro para planes...

Y los futuros tienen una forma de caerse en la mitad.

Y después de un tiempo,

Uno aprende que si es demasiado,

Hasta el calorcito del sol quema.

Así que uno planta su propio jardín

Y decora su propia alma,

En lugar de esperar a que alguien le traiga flores.

Y uno aprende que realmente puede aguantar,

Que uno realmente es fuerte,

Que uno realmente vale,

Y uno aprende y aprende...


Y con cada día uno aprende.


(Jorge Luís Borges, Y uno aprende)



sexta-feira, 23 de maio de 2008










e sem mais nem medos








Vivo





(ao lado: Chagal, Enchantement)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ich habe mir ein Denkmal gebaut

"Construí um monumento para mim".

E sou mais feliz.

sábado, 17 de maio de 2008

The time has come.

domingo, 11 de maio de 2008

Enterro de Excelência II

HOJE - James

Enterro de Excelência I

HOJE - Linda Martini

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A lição


Faz hoje uma semana que Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, visitou a nossa escola, a convite de uma professora de Português de quem é amigo pessoal.

Fernando Ribeiro surge sereno, senta-se tranquilamente olhando a audiência de dezenas de miúdos à espera que dissesse as coisas mais extraodinárias que pensariam ouvir alguma vez no recinto escolar. À sua frente tem uma garrafa de água que confessa ser a bebida predilecta durante o dia, e refere o quão indispensável ela é para a saúde da sua garganta.

Fernando Ribeiro começa a falar, diz as coisas acertadas para um homem da sua geração e modo de vida que leva: quem idolatra, quem gosta de ouvir e ler, fala de Parménides e da pena que sente por já não se estudarem os filósofos pré-socráticos, fala de Kant e Nietzsche, e diz que a profissão com que sonhava era a profissão docente. Que era um rebelde estudioso, que todos sejam rebeldes estudiosos. Que estudou filosofia, mas que o estilo de vida que levava não os deixava dedicar-se o suficiente.

Fernando Ribeiro defende que os telemóveis sejam deixados à porta da sala de aula numa "bolsa dos valores", lê o primeiro poema que escreveu na folha amarrotada onde o escreveu originalmente e que o acompanha nas apresentações dos seus livros de poesia.

No início um grupo de alunos faz uma encenação de um dos seus poemas, um jogo de sombras, uma voz que se ouve, outra que quase não se ouve.

No fim, Fernando Ribeiro faz a ante-ante-estreia do novo videoclip dos Moonspell.


A tudo isto os alunos assistem serenos e sem ripostar. Estivemos naquela sala durante 2 horas.

O homem não disse nada de extraordinário. Simplesmente demonstrou ser culto, saber do que faz, entender imensamente de música e comprender perfeitamente "quem ouve estilos de música diferente e quem ouve metal e depois começa a ouvir transe".


Se houve alguma lição que Fernando Ribeiro deu, foi a da tolerância, a da serenidade, e a da necessidade de originalidade e vontade de ser diferente em detrimento da mera cópia de modelos.


Os mesmos alunos que fizeram o teatrinho inicial foram os mesmo que ouvi na fila atrás da minha chamarem filhos da puta aos que, "como Fernando Ribeiro disse", mudam de um dia para o outro de metal para transe.


terça-feira, 6 de maio de 2008

Fokyo

Hoje consegui o feito de dar a minha pior aula de sempre. Nada de preocupante, não estivesse o estágio à beira do final e esta ser uma das últimas aulas, o que, na eventualidade de se concretizar a teoria do "o mais recente é o que fica memorizado", é mau sinal para mim.
O que há de melhor depois de uma aula deste tipo é ter uma aula com o 9º ano, em que não somos nós a dá-la, mas estamos somente a assistir. Diverti-me imenso, e senti, por várias vezes, vontade de me sentar numa das mesas deles, e ser natural e irresponsável e despreocupado como eles. Tive inveja dos meus alunos, e tive inveja de não ter sido eu a notar que uma aluna escreveu Fokyo em vez de Tokyo no quadro, e tenho inveja de não ter sido eu a fazer piadas com a palavra. Ser um aluno de 9º ano seria a melhor Fokyo-attitude que eu poderia mostrar contra esta pressão toda que o estágio nos impõe. Depois da aula péssima que dei, e, apesar de nenhum dos alunos do 9º ano o saber, fui apenas mais um deles naquela aula, gozando o estatuto privilegiado no meu silêncio de professor observador.