sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Perderei mais países?


Viajar, viajar, viajar. É disto que eu preciso. Esmagam-me as lembranças das viagens que pude fazer, os lugares onde estive, as caras que vi, as comidas que provei, os dias longínquos de um bem-estar que ainda hoje não consigo explicar. É normal aos 22 anos ter saudades de tanto? Apavora-me não poder sentir outra vez a liberdade que senti ao correr essa Europa toda sem medos, nem preocupações com o minuto seguinte. Quero voltar a isto, quero ser o descobridor que era, quero sair daqui, largar tudo e mergulhar no anonimato e na mais verdadeira e absoluta liberdade de acção que pode existir.

Quero passear por onde me apetece, sem pressões, sem vozes intragáveis, sem ter ouvir quem não quero ouvir. Quero conhecer, mais e mais e mais, e mais ainda e outra vez o que já conheci e tudo o resto que se me apresente à vista. Quero cometer loucuras irreflectidas, quero pegar em quem mais me importa, e saltar para todo o lado, e rir, e rir, e falar sobre o mundo e sobre nós e os nossos sonhos.


Tenho saudades. Muitas. De tudo. Tudo o que vivi. O que vivi lá. Lá é que sou, aqui não.
Bazemos.


Foto: Eu e a Laura "mirando" Copenhaga. 10 de Março de 2006

1 comentário:

siga bandido disse...

Não sei... Não sei o que vou sentir quando sair daqui... passei por tantas dificuldades que não sei mesmo. Dias há em que acordo e me apetece estar no meu fim do mundo em Portugal; outros dias tenho em que acordo e me invade o medo do que vou sentir quando sair daqui... Tenho planos para sair, viajar, conhecer... quero ir à Alemanha (porque tenho onde ficar); quero ir a Paris (porque provavelmente também tenho onde ficar). Mas ao mesmo tempo sou tão dado a rotinas que tenho medo de sentir o que sinto agora: que não tenho uma rotina; que uma simples viajem me desorganiza. Mas, por outro lado, tenho saudades desta última semana que passei em Madrid, com quem quis, a fazer o que quis quando me apeteceu... Também tenho medo de não ter mais estas conversas com a Sim (inglesa) sobre o tipo alemão bom que ela anda a “petiscar”, com a Raquel sobre amores e desamores, sobre a vida e sobre nada… tenho medo do que vou sentir quando chegar a Braga e não poder combinar uma ida à cidade das artes e das ciências para comer no Vips e depois tomar um bom capuchino no starbucks… Tenho medo de tudo o que ainda posso vir a não fazer, das oportunidades que posso perder cá por necessitar de uma rotina e de ir a todas as aulas (coisa rara entre erasmus).
Bem, vou estudar… vou contribuir para a minha rotina… Amanhã aproveito a cidade como fiz hoje (o Oceonográfic é brutal!)