terça-feira, 6 de maio de 2008

Fokyo

Hoje consegui o feito de dar a minha pior aula de sempre. Nada de preocupante, não estivesse o estágio à beira do final e esta ser uma das últimas aulas, o que, na eventualidade de se concretizar a teoria do "o mais recente é o que fica memorizado", é mau sinal para mim.
O que há de melhor depois de uma aula deste tipo é ter uma aula com o 9º ano, em que não somos nós a dá-la, mas estamos somente a assistir. Diverti-me imenso, e senti, por várias vezes, vontade de me sentar numa das mesas deles, e ser natural e irresponsável e despreocupado como eles. Tive inveja dos meus alunos, e tive inveja de não ter sido eu a notar que uma aluna escreveu Fokyo em vez de Tokyo no quadro, e tenho inveja de não ter sido eu a fazer piadas com a palavra. Ser um aluno de 9º ano seria a melhor Fokyo-attitude que eu poderia mostrar contra esta pressão toda que o estágio nos impõe. Depois da aula péssima que dei, e, apesar de nenhum dos alunos do 9º ano o saber, fui apenas mais um deles naquela aula, gozando o estatuto privilegiado no meu silêncio de professor observador.

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