terça-feira, 25 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
Os meus filmes do ano - VI
LITTLE MISS SUNSHINE (Jonathan Dayton, Valerie Faris, Michael Arndt)
Comédia hilariante que conta tão só a aventura de uma família cheia de elementos peculiares a percorrer os States para levar a personagem cinematográfica mais "fofa" dos últimos anos a um concurso de beleza. Cinco estrelas.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Sou História

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Sobre a mania de querermos ser imprescindíveis
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Morte à ortodontia
AARRGGHH!!
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Barcelos é grandji

terça-feira, 18 de dezembro de 2007
A propos
O raça da canalha
Estas crianças e adolescentes pós-modernos estão a dar-me cabo dos nervos. São putos que se riem de quem acredita no Pai Natal ou se senta em frente a um ecrã para ver a Branca de Neve. Recusam-se a ter um sonho mais alto do que chegar ao horário vespertino da televisão como actores e ter sucesso, ou então seguirem o curso de Direito porque é o único "interessante" mas saber de antemão que vão morrer de fome. É isto o que vejo, é esta a nova geração. Gente pouco interessada em aprender, mas em tirar boas notas. Pouco disposta a ler, mas sempre pronta a sacar resumos da net. Gente que troça de quem sonha e imagina, gente que só vê números, objectividade, música, roupa, iPods e PSPs. Autómatos, seres todos iguais, reproduzidos nas escolas até à exaustão.
Sinto-me o típico cota que augura sempre o pior futuro para as gerações vindouras, mas esta é a realidade com que lido. Pode ser que aprenda a ser mais tolerante, mas como? Tenho alunos de 12 anos que veneram o filme High School Musical (ver vídeo acima) e os Tokio Hotel. OK. Perfeitamente normal para a idade. No entanto, o único comentário que produzem ao filme "Nightmare before Christmas" é um indiferente e superior: "Professor, se nos quer dar desenhos animados, ao menos que não sejam de plasticina..."
Haja tolerância para isto!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Os meus filmes do ano - V
“New York is where everyone comes to be forgiven”
Porque é que SHORTBUS não é um filme pornográfico?
Entendo a pornografia como um escape. Uma não realidade que se disfarça dela, e por isso é tão abertamente condenada quanto apreciada. A pornografia serve como estimulante sexual, como objecto de voyeurismo, como entretenimento. Não tenciona fazer pensar, mas também não nos incomoda, porque sabemos, ao vê-la, que não tem nada a ver connosco. Que é uma encenação, na maior parte das vezes sem sentido, sem verosimilhança, sem grandes preocupações técnicas. Em suma, a pornografia é perfeitamente desmerecedora da importância que lhe damos, como elemento nefasto das sociedades, como signo da exploração do corpo feminino, etc. É uma mera fantasia desprovida de realismo, e, por isso, tão apelativa quanto irrelevante.
Dizer que SHORTBUS é um filme pornográfico é reduzir o filme às cenas sexuais que nele são apresentadas, de facto, sem qualquer tipo de censura. É destacar o nosso preconceito e a nossa formatação anti-pornografia para a fila da frente da nossa capacidade crítica, fazendo aquilo que a própria pornografia nos ensinou a fazer: a sentir que devemos rejeitar qualquer cena estritamente sexual do nosso dia-a-dia racional, e mantê-las fechadas a sete chaves nesse submundo a que todos inevitavelmente pertencemos, mas ao qual não podemos admitir (gostar de) pertencer.
Este filme, realizado pelo jovem John Cameron Mitchell, é, para mim, um paradigma daquilo em que o cinema acabará por se tornar – um espelho cada vez mais fiel daquilo que somos. Não sou adivinho, nem percebo de cinema como para fazer uma afirmação deste género, mas aquilo que SHORTBUS me provou é que é possível transpor para o cinema o sexo real, aquele que praticamos no dia-a-dia, aquele que é de facto inato ao ser humano... aquele que a pornografia não apresenta. SHORTBUS mostra o sexo como metáfora, como uma expressão daquilo que de facto nos move, dos sentimentos, das relações afectivas, dos problemas guardados no secretismo da consciência solitária que existe em todos nós. O sexo ligado às emoções, às acções e às reacções quotidianas e, por isso, parte natural da vida humana, o sexo como manifestação física das nossas frustrações, felicidades, dúvidas, medos, tranquilidades. E uso o plural de forma propositada, porque em SHORTBUS a chave é precisamente o carácter plural na abordagem das personagens. Ou seja, não há uma centralização numa personagem apenas, mas sim num conjunto de pessoas que descobrem um caminho a seguir na tentativa de solucionar o problema que têm. E cada um tem um problema diferente, como cada um de nós.
SHORTBUS ousa olhar-nos de frente, expondo vidas de pessoas a partir das situações mais íntimas, mais privadas, mais escondidas, mais individuais em que temos o direito de nos encontrar. No início do filme, o mais perturbador é o grafismo nu e cru das cenas sexuais. No fim, a sensação incómoda advém do facto de nos vermos retratados num ecrã de cinema, despidos em frente a ele, na intimidade que até agora não permitíamos ao cinema roubar-nos. Uma intimidade verdadeira, em que a pornografia não se atreve a entrar. Uma intimidade verosímil, possível, sem as conversas trabalhadas, pseudo-realistas ou românticas de que qualquer filme acaba sempre por ser feito.
Este panorama, adornado pelo toque humorístico, pela incrível cumplicidade do elenco e pela banda sonora (verdadeiramente original) fazem deste filme, como alguém já disse, um “ovni” na sétima arte estreada em 2007. E não tenho dúvidas de que é um risco e um arrojo propor o visionamento de SHORTBUS a toda a gente. Eu próprio fui forçado a rever a minha tolerância e o meu espírito crítico por causa deste filme. Mas atrevo-me, e escrevo a célebre expressão: aconselho vivamente.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Diz que é uma espécie de queixa

domingo, 9 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
Os meus filmes do ano - IV
EL LABERINTO DEL FAUNO
Guillermo del Toro assina uma das produções mais fascinantes dos últimos anos. Fascinante porque mostra aquilo a que vulgarmente chamamos de imaginação, como se de uma antiga tradição (ou mesmo um mito!) se tratasse, como uma realidade objectiva ao alcance de todos nós. Irónico? Contraditório? Talvez. Mas não será a imaginação uma ironia? Se não, porque é que somos chamados a viver, e, ao mesmo tempo, a necessitar de viver outros mundos dentro das nossas cabeças?
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Os meus filmes do ano - III
Cara Gabriela Mistral, "As vidas dos Outros" mereceria sem dúvida ser o filme número um... se o tivesse visto pela primeira vez este ano. Vi o filme ainda em Leipzig, em Março de 2006 (se não estou em erro), e só por isso é que não o incluí aqui. Muito a propósito, o terceiro filme desta rubrica é também alemão, e é protagonizado também por Ulrich Mühe, actor que dá vida a Gerd Wiesler (agente que vigia a dupla amorosa em "A Vida dos Outros"). Para choque de todos, o actor faleceu este Verão na Alemanha, vítima de um cancro no estômago.
Em "Mein Führer" veste a pele de um judeu a quem Hitler pede ajuda para o recuperar da depressão em que se encontra por ver o país a ser devastado, e ao qual incumbe a tarefa de escrever o famoso discurso de Janeiro de 1945, em que Hitler surgiu proclamando a força inquestionável do Reich, apesar de o país estar praticamente vencido.
A comédia suscitou alguma polémica na Alemanha, como já se esperava. A experiência de ver este filme numa sala de cinema em Leipzig (em Fevereiro deste ano) foi extremamente oportuna. Na própria sessão a que eu fui, assisti a pessoas a morrerem de riso, outras a protestarem, e outras simplesmente pasmando, com certeza questionando: "Já é suposto eu rir-me disto? Ou ainda é muito cedo?"
"Mein Führer - A mais verdadeira das verdades sobre Adolf Hitler" é uma provocação imperdível, e que espero ainda poder ver estrear nas nossas salas.
Peço desculpa pelo trailer sem legendas, mas foi o único que encontrei.
Coisas que um professor deve saber
Álvaro de Campos in Aviso por causa da moral, Fernando Pessoa
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Presunção
Será que todas aquelas pessoas aos saltos e de mãos no ar têm noção de que as palavras alemãs que tentam trautear nesta música exprimem um dos poemas mais belos e comovedores que os Rammstein já escreveram?
Chamem-me louco, mas arrepio-me de cada vez que ouço isto.
Ver tradução para inglês (que não me satisfaz absolutamente nada, mas é a mais fiável,ainda assim) aqui:
http://herzeleid.com/en/lyrics/reise_reise/morgenstern
Os meus filmes do ano - II
SOPHIE SCHOLL - os últimos dias
O filme é de 2005, apesar de o ter visto pela primeira vez este ano. Sophie Scholl é uma das heroinas alemãs do século XX, tendo pertencido ao movimento "Rosa branca" ("Weisse Rose"), formado em 1942, que se insurgiu contra o regime do Terceiro Reich. A minha homenagem dirige-se mais especificamente à própria Sophie Scholl do que ao filme que retrata os seus últimos dias, em que ela e o irmão são capturados quando tentam lançar folhetos anti-nazis na Universidade de Munique, acabando por ser condenados à morte.
A força incrível da jovem, tão bem revivida por Julia Jentsch, é simplemente impressionante. Grande parte do filme centra-se nos interrogatórios feitos a Sophie por funcionários nazis, e são baseados em transcrições dos interrogatórios originais. A resistência mostrada por Sophie é extenuante, e deixa-nos em pulgas por um final vitorioso, que de antemão sabemos não ter existido.
É justa a homenagem a Sophie Scholl, e é dolorosa a sensação de que a jovem é a única que vê a situação do seu país com os mesmos olhos com que nós vemos agora todo o fenómeno do nazismo. Uma solitária, que em conjunto com os pares do seu movimento, tenta abrir os olhos a um país convencido de que o clima de terror e guerra é uma consequência natural do seu poder nato, e logo, aceitável.
sábado, 1 de dezembro de 2007
Os meus filmes do ano - I
Pela prestação soberba do elenco, pelo despretensiosismo, pelo incómodo, pela banda sonora, pelo título, pelo que cresci ao ver este filme.
"A vida secreta das palavras" (de Isabel Coixet)foi provavelmente o filme que mais me marcou em 2007.