terça-feira, 8 de julho de 2008

O céu, cor de aço, suscitava apreensão da parte de quem, como Nuno, nunca possuíra guarda-chuva. E o vento agitava desoladoramente as mesmas tílias cujo perfume, três meses antes, marcara o início da história com Vicente: um cheiro enebriante e sensual, que despertava, no entanto, a vontade incontrolável de desatar num pranto infantil. Pois, nesse início de Junho, à medida que as tílias floriam e chegavam ao auge do seu pefume, Nuno tinha vindo a sentir-se cada vez mais frágil, mais vulnerável a tudo o que o pudesse ferir, pelo simples facto de, finalmente, se ter querido abrir sem reservas a algo que o pudesse fazer feliz.
Mas se esse "algo" era a terra prometida da emoção, a sensualidade ansiosa de todo esse período - longe de se revelar o tapete mágico de que Nuno estava à espera... e a despeito (o que não deixava de ser estranho) da aura de propulsão que aparentemente a caracterizava; a sensualidade, pois, que se manifestara, até há bem pouco tempo, eriçada dos espinhos da santidade e do pecado, mas que Nuno abraçava, agora, de olhos abertos - não. Não era aí que residia o essencial do problema. O problema era que, no troço que agora pisava rumo à terra prometida, todos os dias assomava um cruzamento. E à semelhança da criança que, por não ter comido a sopa ao almoço, se vê novamente confrontada com a mesma sopa ao jantar, o cruzamento a enfrentar era, há três meses, igual.



(in Pode um desejo imenso, Frederico Lourenço)


e fechámos para férias (e obras), blogue e eu. o blogue encerra aqui de vez. eu hei-de dar notícias.

boas férias. get stupid.

domingo, 6 de julho de 2008

da vida como montanha-russa

faltam 14 dias para um acontecimento triste.

faltam 22 dias para um acontecimento alegre.

terça-feira, 1 de julho de 2008

¡Champiñones, Champiñones, somos Champiñones!

Por esto nos encanta Ejpaña.